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PROJETO RELEITURAS POÉTICAS : PRAÇA GUSTAVO TEIXEIRA
São Pedro . sp . Brasil

Projeto de Arquitetura da Paisagem para requalificação de Praça

4° Concurso Nacional de Paisagismo Urbano . ANP

Premiado em 3° Lugar

2013

 

arq. Felipe dos Santos

arq. Lisandra S. Casagrande

A intervenção em uma praça pública existente e cotidianamente utilizada por diversos públicos, mesmo que localizada em uma cidade de pequeno porte, exige um olhar criterioso.

 

A identificação de características peculiares, demandas emergentes e potencialidades desse lugar são fundamentais para que a proposta atinja suas expectativas, potencializando qualidades existentes e criando suporte para novas experiências de vivência da cidade inerentes aos valores sociais, culturais, educacionais e ambientais daquele território.


Partindo dessa premissa, alguns pontos se destacam na praça existente: seu denso e diverso dossel, que abriga tanto eventos como serve de espaço de encontro para seus visitantes, assim como a agradável experiência de estar e percorrer seus caminhos. Porém, para aqueles que utilizam e visitam o lugar também fica evidente o excesso de elementos, vegetais e construídos, que acabam por dificultar e fragmentar sua leitura enquanto conjunto.


Além desses, há um outro ponto que hoje se manifesta de maneira muito tímida mas que carrega um importante valor e potencial, se tornando mote para o desenvolvimento da Releitura Poética do presente projeto: Expressar o caráter simbólico do Poeta Gustavo Teixeira.


Dessa maneira o presente projeto se desenvolve buscando enfatizar tais qualidades, reforçando ainda a relação com seu entorno imediato de comércios, com os eventos da Praça São Pedro adjacente e com a Biblioteca e Museu Gustavo Teixeira localizados nas margens da praça. A proposta também abrange potencializar os eventos existentes (como os recreativos e infantis que ocorrem aos finais de semana e os eventos musicais que ocorrem no coreto) e criar suporte para outras atividades sócio-culturais e ambientais como apresentações teatrais, atividades lúdico-educativas e manifestações artísticas, atendendo demandas do público atual e atraindo população e turistas que buscam alternativas na cidade.

 

Para tanto, o projeto lança uso de uma nova linguagem para a praça, mais sintética, que permita uma fácil leitura de seu conjunto, que respeite e valorize as árvores que já a compõem, e preserve o caráter de se descobrir e trilhar caminhos, descortinando “clareiras” e acolhedores nichos.

 

Nessa Releitura Poética da Praça Gustavo Teixeira, o piso se redesenha através do desmonte e reaproveitamento do mosaico

português existente, ganhando linhas ortogo -nais que contrastam com o desenho circular do centro preservado, alinhadas com o arruamento e articuladas pelo posicionamento das árvores existentes. A nova geometria demarca a intervenção de um outro tempo.


A praça central circular existente é preservada, com adaptação da área do canteiro do busto de Gustavo Teixeira em um espelho d'água. São criados dois eixos que manifestam, simbolicamente, pontos importantes da história e criação do município: um espelho d'água que avança em direção а igreja matriz
(marco zero da cidade) chamado Eixo do Marco Zero; e o segundo eixo em chão de terra batida (piso PTA), apontando а cidade de Itu, de onde proveniram os fundadores de São Pedro, nomeado Eixo Origem Histórica.


O Coreto existente também é preservado e reformado, recebendo a criação de decks de madeira em duas situações: área adjacente ao coreto, funcionando como apoio e extensão deste; e sobre o espelho d´água do eixo, servindo como travessia.


Transcendendo os limites da praça atual, é apontada a diretriz de conexão entre a praça Gustavo Teixeira e a Praça São Pedro (praça onde se encontra a Igreja Matriz de São Pedro), a partir de uma rua elevada, em piso de concreto intertravado para passagem de pedestres e tráfego de veículos de maneira mais controlada (trafic calm). Através dessa extensão das praças se configura uma nova leitura desse espaço público que valoriza a escala do pedestre, mais articulado, amplo e abrangente, capaz de comportar e compartilhar uma série de eventos, sejam menores e complementares, sejam maiores, exigindo maiores áreas e estrutura.


Na composição vegetal, todas as árvores existentes são preservadas e as espécies arbustivas altas removidas para serem reutilizadas em outras áreas da cidade (cicas, pândanos, pata de elefante, etc.). A criação dos volumes de espécies arbustivas e de forração seguem a mesma lógica do desenho de piso, e criam nichos para os estares, em diferentes situações. O cuidado foi com a reutilização de espécies existentes e a inserção de mudas nativas, totalizando em 70% destas em relação ao total de espécies.


Também utilizado como critério de seleção das plantas foram suas características de rusticidade, reduzindo o uso de água e exigindo baixa manutenção. Outra importante característica foi a escolha por espécies adaptadas a meia-sombra mas com floração significativa e/ou folhagens de diversas tonalidades, criando uma composição cromática rica ainda que sob o dossel das árvores existentes.

confira o trabalho completo clicando no link:

pranchas

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